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Seminário do FLADEM em Lima - Peru 2018 - parte I

Tempo-presença: vou aos seminários do FLADEM desde 2013, em todos desde então, não pulei nenhum. Lembro da sensação de estar na Costa-Rica, depois de ter ido a Montevidéu, reconhecer algumas pessoas e conhecer outras tantas. Pareciam séculos de distância um do outro. Já estar em Lima em 2018 me fez sentir mais próxima de 2013, como se o tempo tivesse encurtado e os anos mudado de tamanho.


[acho que é isso o que a idade faz com a gente, encurta a distância entre as datas, com a ampliação do acervo da memória]


Nesse seminário fui para participar como professora do I Curso de Formação em Pedagogias Abertas do FLADEM. Estive em todas as etapas - oficinas de sensibilização, reflexão conjunta, conceituação e ação coletiva - pelo menos foi assim que compreendi a concepção do curso.


Curiosamente esse curso refletia uma necessidade minha, expressa na proposta de oficina que enviei. Após 4 anos conduzindo oficinas nos Seminários (Costa Rica, Brasil, Argentina e México), percebi que havia alguma coisa faltando para meu trabalho. A falta era de responder a perguntas recorrentes, que chegavam logo após a oficina: Como fazer? Como trazer o conceito de pedagogias abertas à minha prática? Por onde começar? É possível fazer isso com crianças? Enfim, perguntas que para mim dizem muito respeito às realidades de cada um de nós, às diversas histórias, a diversas experiências de vida possíveis, aos diferentes contextos em que estamos inseridos.


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Essas perguntas ressoaram em mim da seguinte maneira: eu estava em um lugar possível do processo no seminário, relativo à sensibilização. Tudo o que me toca diz respeito a experiências que alteram meu estado de presença, trazendo meu corpo e minha mente para um lugar de abertura e disponibilidade para mim e para o outro em que tudo pode se transformar. As experiências que mais me transformam são as que me sensibilizam e provocam em mim um caminho de reflexão sobre minhas escolhas, meus conceitos, minha forma de perceber o mundo.


Possivelmente foi por isso que num primeiro momento as oficinas de sensibilização foram um caminho natural - ademais da oportunidade de poder fazer música, estar em performance durante a oficina, são momentos que valorizo no processo - é para mim muito especial poder me conectar com as pessoas através dos sons, da criatividade, da minha criança interior…


As oficinas eram experiências transformadoras no sentido do estado musical que proporcionavam, mas sentia que faltava um elo de comunicação com as diferentes realidades, para que ela pudesse atravessar a fronteira da sensibilização, do vislumbre de uma possível realidade, para ser realmente incorporada como processo no cotidiano dos participantes.


Ao caminhar em direção à reflexão, surgiram novas perguntas: Como seria então, uma oficina de reflexão coletiva que pudesse ser igualmente transformadora e significativa? Como garantir o estado de escuta aberta e disponível? Como escutar e acolher as diferenças? Como aprofundar o processo de reflexão e conectá-lo a processos criativos?


Sem respostas, mas perseguindo essas perguntas, foi assim que embarquei para Lima.

No próximo post alguns reflexos dessa experiência.

continua...

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