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Seminário do FLADEM em Lima - Peru 2018 - parte 2

Continuo aqui as reflexões sobre meu aprendizado como parte integrante do corpo docente que conduziu as atividades do primeiro curso de formação em pedagogias abertas do FLADEM √ A oportunidade de trabalhar sozinha nesse seminário me mostrou novos aspectos que ainda não tinha percebido, dos processos que desenvolvo e da forma como os realizo. E estar na condição de facilitadora todos os dias abriu uma nova perspectiva para a minha atuação nesse lugar - muitos novos aprendizados.


√ Percebi em mim a necessidade constante de despolarizar o centro da roda e, principalmente, de não ocupar o centro. Essa atuação periférica diz respeito a abrir o centro a qualquer e toda ocupação. A roda pode ser hierarquizada a qualquer momento, mas é fundamental que estejam vivos os mecanismos de descondicionamento, capazes de questionar as ocupações recorrentes e garantir que todos possam navegar em todas as possibilidades no processo. √ Existe uma tendência a consolidarmos determinadas atitudes - um grupo rapidamente já se acomoda nos lugares de conforto de cada um dos participantes e essa estrutura invisível vai afirmando condutas e relações internas. Descondicionar essas condutas é fundamental para garantir um processo plural, em que todos possam em algum momento desafiar sua posição de conforto, seja ela qual for.

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√ A escuta é a maior ferramenta para coordenar uma oficina, uma roda de reflexão e um debate. Nesse lugar de facilitadora ou focalizadora, o que menos importa são as minhas crenças pessoais. Elas na verdade têm a mesma importância do que as crenças pessoais de cada participante da atividade. Isso é uma coisa bastante importante para mim - o que penso, o que sei, meus conceitos não são mais verdadeiros nem mais importantes e nem mais valiosos do que os dos demais participantes - e estar focalizando não me dá o privilégio de validá-los diante de um grupo. Pelo contrário, focalizar é ter a difícil tarefa de silenciar ou apaziguar os próprios pensamentos em função de uma escuta aberta e desapegada, atenta e empática. É saber conduzir o barco na direção do tema proposto a partir da escuta das vozes presentes nesse barco. √ Durante minha atuação nesse seminário, aprendi que os grupos com autonomia têm todas as ferramentas e caminhos para a construção coletiva de saberes. O meu papel de facilitadora, focalizadora foi mais o de ajudar a criar o ambiente possível para que essas relações possam se estabelecer. Nesse sentido, a ação está mais em propor questões, jogos, atividades, caminhos que possam conduzir a uma interação aberta e empática entre todos. √ Cada pessoa que está participando do processo tem direito a viver sua história e seus processos pessoais sem que isso seja imposto ao grupo como única verdade, ou excluído como impossibilidade. Isso é autonomia. Dessa maneira, compreendi que as atividades, quanto mais "abertas", mais são inclusivas dessa diversidade. Não existe uma fórmula para a abertura - existem as possibilidades que se criam a cada encontro e interação.

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